Hoje saiu uma notícia no Obervador sobre uma campanha da Zara na qual colocou duas modelos magras com o slogan "Love your curves". A Zara quis assim associar-se ao movimento de aceitação corporal mas esqueceu-se que os slogans devem estar em consonância com as campanhas.
A campanha acabou por ter um tom hipócrita.
Pessoalmente e apesar de não concordar com a associação de ter curvas com ser plus size, vejo a Zara como uma marca mais dirigida a mulheres magras. Eu por exemplo não consigo encontrar na Zara calças que me sirvam há uns 20 kg atrás... A publicidade é sempre uma mentira, e de certa forma tem sempre o propósito de criar uma necessidade pela associação de um conceito que se deseja a outro conceito que está à venda. Mas acho que esta campanha falhou tão redondamente, como as curvas das modelos escolhidas.
Em relação à associação do termo ser-se curvilínea com ser-se gorda também não é do meu total agrado e aceitação. Acho que as mulheres mais curvilíneas são as de peso médio, que tenham um corpo tipo ampulheta, eu diria que o caso da Kim Kardashian ou da Nicki Minaj são certamente os mais conhecidos. A Kate Upton, mas apenas porque tem mamas muito grandes para o corpo alto e magro.
O problema está em ser aceite sempre apenas o que está de acordo com o modelo de aceitação vigente. Devíamos caminhar para a tolerância em vez de para novos paradigmas mas com regras igualmente estreitas.
Muitos gordos odeiam ser chamados de gordos, preferem que lhe digam que são fortes, cheiinhos... Eu pessoalmente tenho mais problema com o dizerem-me que sou forte ou cheiinha, porque não gosto dessa necessidade que a sociedade tem em camuflar o que sou em vez de me aceitar como sou.
Sou gorda!
O ser gorda não faz de mim mais nada além disso, e tenho o mesmo valor como pessoa de qualquer outra pessoa, como temos todos independentemente do nosso tamanho, religião, cor, orientação sexual... Nós somos especiais porque somos únicos com todas as pequenas coisas que fazem parte de nós mesmos e somos ordinários porque no fundo toda a gente é diferente e especial. Não devemoster de nos preocupar em ser mais ou menos para encaixar em parte nenhuma, acredito que parte do nosso propósito da vida é conhecermo-nos bem a nós mesmos e aprendermos a amarmo-nos sem reservas, percebendo que amor é cuidar de nós mesmos mas não deixarmos que tudo o que consideramos menos perfeito seja um entrave a esse amor. Para a seguir podermos estender este tipo de amor e aceitação aos outros e ao mundo..
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