quinta-feira, 27 de outubro de 2016

De obesa mórbida a bodybuilder

Um dia destes a navegar no youtube encontrei um vídeo sobre uma mulher que era obesa mórbida e após ter realizado cirurgia gástrica alterou o seu estilo de vida de tal forma que se tornou em bodybuilder.

Eu sempre admirei as mulheres que fazem bodybuilding, acho que têm corpos bonitos na sua singularidade e que devem ser admiradas pelo foco e força que esses mesmos corpos demonstram.

Deixo aqui o vídeo para que se inspirem.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

What not wear: Por debaixo das roupas

Um dos meus guilty pleasures é ver o TLC. Embora veja muito pouca televisão, quando vejo acabo sempre a ver aqueles estranhos reality shows sobre condições médicas, pessoas que atafulham a casa com tudo e mais alguma coisa, casais com diferenças de idade... um dos meus preferidos foi sempre o "what not wear", comecei por seguir a série britânica e acabei por continuar na Americana apresentada pela Stacy e pelo Clinton.

Acho que a Stacy é a alma dos programas de estilo em que participa e gosto imenso de a ver na televisão. Mais recentemente fiquei a saber que sofreu de anorexia, excesso de peso, psoaríase e uma série de problemas que por norma fazem a pessoa sentir-se menos que bonita, e assentam nessa insegurança. Uma das formas de sentir poderosa foi através do estilo.

Eu concordo imenso com esta maneira de ver a roupa que usamos, o que escolhemos usar é muitas vezes um reflexo melhor de quem somos como ser humano do que as feições ou físico com que nascemos. 
O nosso estilo é um elemento importante a comunicar ao mundo o que somos,e não vejo a moda como uma coisa inteiramente fútil. Acredito que tudo o que nos faz feliz é de alguma importância e que nada como sentirmo-nos bonitas para sermos capazes de "conquistar o nosso mundo" e de ultrapassar obstáculos.


No fundo vale a pena tentar ser feliz pelo menos um bocadinho em cada dia, mais do que esperar uma meta longínqua devemos incorporar momentos felizes em todos os nossos dias, para que esta felicidade seja uma realidade mais do que uma ambição. E se o usarmos roupas bonitas nos ajudar a ter pequenos momentos de felicidade como estes, então talvez a beleza seja uma coisa muito mais profunda do que fútil.


Ontem dei com uma entrevista com algumas das visões da Stacy sobre o mundo, as pessoas, a auto-estima e o seu próprio percurso,  com desrodens alimentares, inseguranças e superação. Sendo superação uma das minhas palavras preferidas. Torço secretamente para que os menos aptos vençam em tudo, para que os patinhos vençam cisnes, no fundo sigo-me pela leia de Darwin, que vença aquele que melhor se adapta não o mais forte. A Stacy é um destes exemplos, contorna as dificuldades da vida com classe e mostra-nos que não existem vidas perfeitas, mesmo os que estão no topo muitas vezes tiveram momentos baixos. 

Deixo aqui a adorável entrevista:


sábado, 22 de outubro de 2016

Eu em dieta me confesso: 10 000 vizualizações e balanço

 Hoje estamos de parabéns. Atingimos as 10 000 visualizações!

Quando comecei este blog foi com o intuito de me consciencializar para mudar hábitos que me estão a prejudicar. Nesta jornada desde o início, aquilo que começou de forma não muito pública tem-se tornado desde que público um vector de apoio de pessoas que sofrem, sofreram ou são empáticas com a minha luta.

No caminho dei-me conta que apesar de inegavelmente ter de mudar hábitos e de emagrecer por razões de saúde, o meu maior motivador é a consciencialização para o preconceito que os gordos sofrem outros dias. Eu sei que não é uma causa muito glamorosa, mas é a minha.

A partir de aqui vou então começar a introduzir testemunhos que não só o meu para todos estes assuntos, decidi assim convidar pessoas que aprenderam a viver bem com os seus corpos e são um exemplo de auto-aceitação e modelo de auto-estima a seguir; pessoas que por diversas motivações decidiram e mudaram o estilo de vida de forma a sentirem-se melhor consigo mesmas.

Este blog é sem dúvida mais que um motivador para emagrecer um processo catártico para mim em relação a todos os pensamentos que ainda estivessem um pouco envergonhados nisto que é eu gorda a aceitar-me e a amar-me como sou.





sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Uma conversa de "merda"

Hoje vi um documentários de "merda", neste caso para ler no sentido literal. É um documentário sobre as bactérias que temos nos intestinos e consequentemente nas fezes.

Aparentemente uma das razões pela qual os gordos são gordos pode estar relacionada com a sua flora intestinal. Todos nós temos nos intestinos muito mais células de bactérias do que temos no corpo células nossas, estas bactérias são como uma floresta tropical na sua diversidade e em pessoas magras esta "floresta" de bactérias é muito mais diversa que nas pessoas obesas. Estas bactérias são responsáveis por quebrar alimentos para se aproveite a energia, para ajudar na sua eliminação e interferem a nível do sistema imunitário tornando-o mais robusto....

Além de tudo isto, enviam químicos para comunicarem entre si e com o hospedeiro sendo que estes químicos podem ser alguns dos reguladores pela vontade de comer descontroladamente. Estas bactérias podem contudo ser criadas através de comidas variadas e saudáveis e são destruídas pelo uso de antibióticos. Assim, toda a gente com propensão para infecções recorrentes e que use antibióticos tem à partida mais susceptibilidade para ser obeso.

Eu já tinha ouvido falar disto, mas este documentário é particularmente interessante e ilustrador sobre como é que no fundo não é só o cérebro que comunica com o intestino, mas também como ocorre uma comunicação contrária até há pouco tempo não muito conhecida.

Pensa-se que mesmo as cirurgias bariátricas  funcionem por alterarem a flora intestinal e não inteiramente pela redução do tamanho do estômago. É uma perspectiva diferente sobre a obesidade e não nos isenta de culpa porque muitos dos nossos comportamentos são os responsáveis pelo excesso de peso, uns voluntários outros por necessidade.

Eu tenho síndrome do cólon irritável e sempre fui susceptível a infecções respiratórios e urinárias, tive ao todo cerca de 24 infecções urinárias todas com ciclos de antibiótico desde os meus anos de jovem adulta, infecções respiratórias tenho desde adolescente, que foi quando deixei de ser magra para começar a ter sobrepeso, tudo isto pode ter afectado a minha flora intestinal em grande medida, influenciando o meu peso. E é importante que eu invista agora em tomar bem conta dela se pretendo reverter o meu processo de excesso de peso de níveis tão elevados para níveis mais normais.

No meu caso contudo eu como muitos queijos, vegetais e frutas e espero que esta variedade de alimentos que influenciam positivamente a flora intestinal possam ajudar um bocadinho a cuidar da minha "floresta" de bactérias.

Nestas pesquisas que tenho feito o que consigo perceber é que não é só o que se come ou o exercício que se faz, que faz de nós magros ou gordos. Também o que se come não é  inteiramente uma escolha, mas condicionado largamente por uma série de factores. Nós gordos fazemo-nos desde a concepção até ao nosso tamanho desde a genética que influencia a forma como o nosso cérebro reage à comida, o ambiente de gestação, as nossas hormonas e doenças que as influenciem, o que comemos e exercitamos, as pessoas que temos ao pé e a sua influência social sobre nós, os nossos hábitos de sono, a nossa saúde mental, os medicamentos que tomamos, as bactérias que habitam em nós...

 No fundo no que se come não existe tal coisa como livre arbítrio, e isto do peso é uma guerra completa a ser atacada em todas as frentes se queremos ter sucesso.

Vale a pena ser visto por todos os gordos, magros e assim assim.




segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Eu... mas em versão magra

Aqui há uns dias o meu namorado pediu para ver fotografias minhas antigas. Disse que queria ver como eu era antes de ele me conhecer, para me conhecer um bocadinho melhor.

 Ele apareceu na minha vida em Abril de 2015, o objectivo inicial era ajudarmo-nos mutuamente na aprendizagem do alemão e do português. Na segunda vez em que saímos ele deu-me a mão e a partir daí nunca mais nos largámos. Apesar de vivermos juntos há quase 11 meses, estudarmos juntos continua a ser um dos nossos encontros típicos, vamos para um café onde ainda não tenhamos ido com os livros e aprendemos em conjunto. Tem piada porque todos os meus grandes amores foram pessoas que conheci na escola e que com o tempo se tornaram meus amigos. Este não começou na escola mas começou também com o meu desejo de aprender algo novo.
Nesta coisa de lhe mostrar as fotos antigas acabei eu por me relembrar como era, acho que já me tinha esquecido.

Aqui há uns dias fui também a uma consulta médica em que me aconselharam o uso de um antidiabético oral, a metformina, porque apesar de eu não ser diabética segundo a médica existe uma grande probabilidade de o meu peso ter escalado muito derivado das minhas alterações hormonais. Este medicamento é usado para regular a síndrome dos ovários poliquísticos.

Ainda assim e embora eu nesta fase estivesse muito mais magra não era particularmente feliz, lembro-me de estar bem com pessoas, mas de nunca me sentir bem comigo e logo após entrei num processo que quase degenerou numa depressão. Não conseguia dormir, chorava dias inteiros, comecei a ter crises de pânico.

Mais tarde, quando frequentei consultas de psicologia para me ajudar a perder peso, pois achei que seria emocional a minha grande vontade de comer, chegámos à conclusão que eu achava o peso protector e que ainda tenho sentimentos contraditórios quanto ao emagrecer. Terá de ser uma coisa a sanar neste processo se quiser mesmo voltar a ter um peso saudável.

Assim decidi colocar aqui fotografias desta época, um tempo em que eu estava no limite de peso saudável, tinha 65 kg para 1,61m.
Quando vi estas fotografias tive um choque. Não me dei conta que com o tempo mudei tanto fisicamente, quando as mudanças são graduais ao fim de algum tempo parecem-nos não existir. Quase me tinha esquecido do quão mais magra era. Acho que vou colar estas fotos no frigorífico para motivação. :D







sábado, 15 de outubro de 2016

Será a moda para todas?

Desde que me conheço como gente gosto imenso de roupa e de maquilhagem, gosto de saltos altos, baton vermelho, vestidos de festa! gosto de moda, gosto de me sentir bem nas roupas que uso, mas mais ainda de me sentir linda nas mesmas.

O ter ficado gorda com a idade não alterou isto e nem acredito que algum dia a idade venha a alterar.

Nesta comunidade do BodyPositive que eu acabo por seguir e onde me revejo é postulado que as pessoas independentemente do tamanho que têm devem usar o que bem lhes apetece.

Eu concordo com isto em teoria, na prática sou demasiado vaidosa para vestir roupas que sinta que não me favoreçam. Na realidade, a minha abordagem do tema, quando pretendo estar bem vestida, é um pouco a contrária: só vestir mesmo aquilo de que além de gostar me assenta bem!

Com isto não quero dizer que seja apologista da maior parte das "roupas para gordas", acredito que essas roupas na sua maioria são roupas que em vez de favorecerem põem em evidência o excesso de peso. Ninguém fica bem a vestir uma "tenda" como camisola, seja gorda ou magra, então porquê fazer essa escolha?

 Gosto do bom senso na escolha das roupas, não acho que nos devamos esconder, mas acredito que usarmos o que podemos de forma a realçar os nossos pontos fortes é uma mais valia.

Assim acabo por usar quase tudo, mas preocupo-me sempre em avaliar se assenta bem ou não, e acredito que quando se tem excesso de peso, mais do que seguir regras à cega, o importante é perceber como é que as  regras funcionam connosco e jogá-las a nosso favor.

Pessoalmente nas fases em que estou mais magra tendo a mostrar mais as pernas na roupa, nas épocas em que estou mais gorda aposto mais nos decotes, pois como a minha irmã costuma dizer: "o tamanho da barriga percepcionado é inversamente proporcional ao tamanho do decote".

Esta é a minha adaptação deverá haver adaptações que pessoalmente façam mais sentido nuns corpos do que outros. Mas mesmo isto, não deve ser levado ao exagero, às vezes conseguimos ser os nossos piores inimigos e sobretudo as pessoas que em alguma altura da vida sofreram pelo julgamento da imagem tendem a ser muito autocríticas em relação a si mesmas, demasiado... A confiança é o factor mais importante em qualquer roupa que se vista, é para isso que servem todas as técnicas que nos façam bonitas, para provarem a nossa beleza a nós mesmos, de forma a que o que os outros pensem não abale de modo de nenhum o que sabemos sobre nós mesmos.

Hoje na Internet encontrei um vídeo da Ashley Graham em que ela elucida este conceito com exemplos, explicando como no fundo não há roupas que nos estejam vedadas por sermos gordas, há é  essas adaptações a fazer pessoalmente em função dos nossos corpos, de modo que possamos de facto usar tudo, mas bem!





domingo, 9 de outubro de 2016

Obesidade e morte prematura

A ideia de envelhecimento atormenta-me desde criança. Nunca me lembro de gostar de fazer anos e todos o anos no meu aniversário me sinto um bocadinho em crise.

Ainda que tente não pensar assim, vejo sempre a celebração do aniversário como se fosse a celebração de menos tempo que me resta.
Ainda assim não tenho pavor da morte, tenho pavor da incapacidade. Idealmente gostaria de morrer depois dos 90 anos e de ser saudável até à morte, acho sempre uma única vida não nos dá tempo para tudo o que poderemos querer fazer com ela.

Encontrei no youtube dois filmes que me fizeram pensar nestas coisas e repensar o meu próprio estilo de vida, um é sobre a forma como a obesidade pode causar impacto no corpo fazendo-o envelhecer prematuramente e o outro é um vídeo com a autópsia duma mulher obesa onde o narrador vai relatando as diversas condições que a mulher tinha relacionadas com a obesidade.

Uma das coisas que eu costumo dizer para os outros mas sobretudo para mim mesma é que a maioria das minhas condições clínicas não são causadas pelo peso. É fácil pensar assim, pois tenho os valores todos baixos de colesterol, triglicéridos, tensão arterial... e até sou sempre ligeiramente anémica.

Contudo nos últimos tempos tenho sofrido uns abanões que me têm feito mudar  esta maneira de ver as coisas: os meus problemas dos ossos e articulações, o facto de a nutricionista me ter recomendado cirurgia bariátrica, pela segunda vez sou aconselhada por dois clínicos diferentes a realizar redução mamária pelo impacto que o peso tem na minha coluna, e os procedimentos e análises para congelamento dos ovócitos que estou a fazer por causa do síndorme dos ovários poliquísticos.

Tudo isto me fez ver que ainda que não tenha problemas de saúde de maior agora relacionados com o meu excesso de peso, tudo indica que não tardará muito até que a minha saúde se deteriore a sério.


Eu acredito que nos devemos aceitar como somos e que devemos ser felizes com o nosso aspecto qualquer que ele seja, mas também acredito que devemos ser os nossos melhores amigos e tratar de nós mesmos.

Deixo-vos aqui estes vídeos que me fizeram pensar.

Em relação às mudanças que preciso de fazer, cheguei à conclusão que sempre que tento fazer tudo duma vez falho, por isso desta vez vou começar com baby steps.







How happy I was if I could forget

  How happy I was if I could forget How happy I was if I could forget To remember how sad I am Would be an easy adversity But the recollecti...