sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Uma conversa de "merda"

Hoje vi um documentários de "merda", neste caso para ler no sentido literal. É um documentário sobre as bactérias que temos nos intestinos e consequentemente nas fezes.

Aparentemente uma das razões pela qual os gordos são gordos pode estar relacionada com a sua flora intestinal. Todos nós temos nos intestinos muito mais células de bactérias do que temos no corpo células nossas, estas bactérias são como uma floresta tropical na sua diversidade e em pessoas magras esta "floresta" de bactérias é muito mais diversa que nas pessoas obesas. Estas bactérias são responsáveis por quebrar alimentos para se aproveite a energia, para ajudar na sua eliminação e interferem a nível do sistema imunitário tornando-o mais robusto....

Além de tudo isto, enviam químicos para comunicarem entre si e com o hospedeiro sendo que estes químicos podem ser alguns dos reguladores pela vontade de comer descontroladamente. Estas bactérias podem contudo ser criadas através de comidas variadas e saudáveis e são destruídas pelo uso de antibióticos. Assim, toda a gente com propensão para infecções recorrentes e que use antibióticos tem à partida mais susceptibilidade para ser obeso.

Eu já tinha ouvido falar disto, mas este documentário é particularmente interessante e ilustrador sobre como é que no fundo não é só o cérebro que comunica com o intestino, mas também como ocorre uma comunicação contrária até há pouco tempo não muito conhecida.

Pensa-se que mesmo as cirurgias bariátricas  funcionem por alterarem a flora intestinal e não inteiramente pela redução do tamanho do estômago. É uma perspectiva diferente sobre a obesidade e não nos isenta de culpa porque muitos dos nossos comportamentos são os responsáveis pelo excesso de peso, uns voluntários outros por necessidade.

Eu tenho síndrome do cólon irritável e sempre fui susceptível a infecções respiratórios e urinárias, tive ao todo cerca de 24 infecções urinárias todas com ciclos de antibiótico desde os meus anos de jovem adulta, infecções respiratórias tenho desde adolescente, que foi quando deixei de ser magra para começar a ter sobrepeso, tudo isto pode ter afectado a minha flora intestinal em grande medida, influenciando o meu peso. E é importante que eu invista agora em tomar bem conta dela se pretendo reverter o meu processo de excesso de peso de níveis tão elevados para níveis mais normais.

No meu caso contudo eu como muitos queijos, vegetais e frutas e espero que esta variedade de alimentos que influenciam positivamente a flora intestinal possam ajudar um bocadinho a cuidar da minha "floresta" de bactérias.

Nestas pesquisas que tenho feito o que consigo perceber é que não é só o que se come ou o exercício que se faz, que faz de nós magros ou gordos. Também o que se come não é  inteiramente uma escolha, mas condicionado largamente por uma série de factores. Nós gordos fazemo-nos desde a concepção até ao nosso tamanho desde a genética que influencia a forma como o nosso cérebro reage à comida, o ambiente de gestação, as nossas hormonas e doenças que as influenciem, o que comemos e exercitamos, as pessoas que temos ao pé e a sua influência social sobre nós, os nossos hábitos de sono, a nossa saúde mental, os medicamentos que tomamos, as bactérias que habitam em nós...

 No fundo no que se come não existe tal coisa como livre arbítrio, e isto do peso é uma guerra completa a ser atacada em todas as frentes se queremos ter sucesso.

Vale a pena ser visto por todos os gordos, magros e assim assim.




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