domingo, 28 de maio de 2017

Moda para todos os tamanhos

De há uns tempos para cá a moda tem-se tentado tornar mais inclusiva no tipo de pessoas  e corpos, que representa. Começou por ser inclusiva do ponto de vista racial, depois na questão dos géneros fluídos com modelos como o Andrej Pejic e mais recentemente com a inclusão de pessoas com doenças, síndromes e deficiências e de modelos gordos.

Nesta questão da inclusão de modelos gordos que eu tenha conhecimento ainda acontece só no sexo feminino, talvez porque de certa forma  corpos curvílineos e voluptuosos estejam associados a feminilidade, e sobretudo porque ainda que isto também esteja a mudar, a moda é uma indústria feita maioritariamente para as mulheres, acredito contudo que vá mudar também para o campo dos homens brevemente

Hoje encontrei uma notícia sobre um documentário que relata esta temática e que a vê não como um movimento mas como uma evolução. Eu penso assim também, afinal como sociedade estamos tendencialmente a engordar e não faz sentido que uma indústria tão poderosa ignore grande parte da população.

Este movimento é uma forma de feminismo também, porque abre a aceitação de mulheres mais velhas neste mundo, de entender os corpos femininos não como algo com prazo e medidas restritas.



Como dizia o Oscar wild :



Devemos dar à moda e às roupas o propósito que têm:  facilitar e embelezar o mundo das pessoas: Façamos a moda adaptar-se à pessoa e não a pessoa ter de se adaptar à moda. Afinal uma das coisas em que os humanos são bons é em transformar o mundo que os rodeia, para o melhor e para o pior... 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Como no estranho caso de Benjamin Button

Eu gosto imenso do filme da Lenda de Benjamin Button, ainda não li o livro mas é algo que mais ano menos ano tenciono fazer. Gosto muito deste filme porque me revejo incrivelmente na história.
Eu também tal como o Benjamin nasci velha.

Quanto mais anos tenho mais disparates faço. Na realidade depois de muitos anos a viver para o que seria suposto fazer e ser  mandei tudo às urtigas e comecei a viver mais para mim e para as coisas que me fazem feliz. As minhas escolhas deixaram de ser tão pensadas, planeadas e pesadas ao mais ínfimo pormenor e encontro-me há já alguns anos a viver para mim

. Eu sempre tive planos que tentava seguir, mas cada vez vejo mais que no fundo esses planos eram os de outros para mim e que me impediam de aproveitar o momento presente, de abraçar o mundo e a felicidade .
Todas as mudanças da minha vida que vi com apreensão têm-me trazido  liberdade em vez de confusão. Na realidade sinto-me esperançosa com o desconhecido que vem aí.

A vida é um balanço entre estabilidade e liberdade e se quase toda a minha vida escolhi a estabilidade,e fiz as escolhas baseadas na razão apercebi-me que está na altura de ir na direcção oposto, para quem sabe um dia chegar ao ponto certo. A estabilidade é uma ilusão onde o conforto disfarça muitas vezes de felicidade e nos impede de  de facto a alcançarmos.

Nesta fase decidi ser uma criança mimada, fazer o que me apetece, bater com o nariz na parede, ter uma série de planos de emergência como se da rede de um trapézio se tratasse,  mas voar. Estar confortável deixou de servir para mim... Quero a liberdade, quero o Eu grande e expansivo, quero ser feliz.

Muitas das minhas escolhas foram feitas a pensar nos que me querem bem e perdoem-me o egoísmo, mas quem vive com as minhas escolhas sou eu, está na hora de as honrar, e escolher. Quero ser idiota, inconsequente pelo menos uma vez na vida, quero viver uma vida que me faça feliz a mim, quero ser o eu que vive em mim.






segunda-feira, 15 de maio de 2017

Amor & estupidez

Hoje no youtube encontrei um documentários sobre histórias de amor, umas são inspiradoras e lindas, outras são medianamente estúpidas outras ainda muitos estúpidas.

O que todas estas histórias têm em comum é que a razão pesou muito pouco na escolha que fizeram e acabaram por escolher com o coração. Diz-se que "no amor e na Guerra vale tudo". Eu não acredito muito nisto, sou demasiado racional nos amores para pensar assim. Por mais que tenha uma natureza apaixonada salvo raras excepções mantenho-a muito controlada debaixo dum sistema de valores e comportamentos que me impedem de arriscar muito e de errar de forma muito idiota.

Não sou o género de pessoa que deixe tudo por amor, não sou sequer o género de pessoa que paute as minhas escolhas pessoais por amor. Ainda que depois viva infeliz com as escolhas racionais que vou fazendo.

Ainda assim já fiz escolhas muito estúpidas por amor. Foram dos momentos mais felizes e divertidos que tive nesta vida de resto um pouco insonsa.

Acredito que vivemos neste equilíbrio entre o que sentimos e o que escolhemos um pouco em tudo na vida... Ainda assim como romântica incurável acredito que o amor é uma porta larga para a felicidade nos momentos bons, para a tristeza nos maus e para a insanidade sempre que deixamos que seja este a guiar-nos.




domingo, 14 de maio de 2017

"Eu não acredito em milagres mas que os há, há!"

A esta hora a maior parte de pessoas que se diz não crente em Deus deve estar a pensar "Eu não acredito em milagres mas que os há, há!". 
Este foi sem dúvida um fim de semana grandioso para o país e para a nossa auto-estima enquanto portugueses. Eu não sou particularmente nacionalista, nem sequer grandemente patriótica, acredito mais no ser humano global que nas questões fronteiriças que tantas vezes servem apenas como desculpa para guerras e falta de apoio prestado a outros povos. Costumo dizer na brincadeira que devia ter nascido na Suécia, mas que por qualquer razão Deus se enganou e me colocou aqui. 

Ainda assim claro que me sinto portuguesa e achei este fim de semana delicioso. Primeiro pelas questões ligadas à religião, temos mais dois santos, são do mundo mas nasceram aqui nas nossas bandas e são os únicos santos crianças não mártires, se Deus escolheu o país como um local especial quem sou eu para desmentir.


Depois porque vencemos a Eurovisão, eu nunca pensei ser possível e fiquei francamente feliz por isso e acredito que tenha sido por intervenção divina. Ainda que eu goste da música, parece-me milagre. O Salvador é o anti-herói dos livros que se torna herói, é o David contra Golias...


Finalmente acho que por razões futebolísticas a maior parte da população nacional também está feliz, ainda que isso seja de facto uma questão que me passa ao lado, não consigo ter preferência clubística, já tentei mas não nasceu comigo e acredito que nunca me acontecerá. Sou agnóstica desse tipo de "fé".

Este fim de semana para mim tem também um significado especial, dia 12 de Maio de 2015 foi o dia em que eu e o loiro oficialmente começámos a namorar, hoje a 14 de Maio de 2017 ele faz 30 anos. Como a média das duas datas dá 13 de Maio eu costumava brincar com ele e dizer-lhe que era o meu milagre.

Hoje acordei com a Mãe dele a enviar-me mensagem a dar-me os parabéns pela Eurovisão.

Terminou a nossa relação amorosa, mas continuo convicta que ele e a família dele foram um milagre que passou pela minha vida e isso o facto de ser impossível continuar não vai mudar. Há instantes preciosos, devemos aproveitá-los sempre com a felicidade do momento presente. Os budistas têm razão o desapego e a vivência do momento presente são as chaves para a felicidade.

Por agora dedico a música do Salvador ao Nick porque faz anos e a toda a família dele, são fantásticos e estão sempre nas minhas orações e no meu coração.

Colocar aqui a música não tem propósitos práticos (não me entendam mal por favor),  há coisas que não controlamos e essas temos de aprender a aceitá-las e a ultrapassá-las, sem negar, menosprezar ou diminuir a memória de quem um dia fez parte da nossa felicidade.


O 13 de Maio é realmente  uma data milagrosa, ficou provado mais uma vez...

 






How happy I was if I could forget

  How happy I was if I could forget How happy I was if I could forget To remember how sad I am Would be an easy adversity But the recollecti...