Eu sempre fui teimosa em aceitar-me gorda, na realidade como sempre tive os valores das análises bem, lutei contra mim mesma para me assegurar que estava bem e que me sentia bem e bonita com peso em excesso. Eu sinto-me bonita, sinto-me eu e continuo totalmente contra o preconceito que os gordos sofrem na sociedade, se fosse só por isso continuar gorda era de certeza a minha opção.
Contudo, esta semana numa consulta com o meu ortopedista foi-me avisado que a minha lesão no pé só pode ser resolvida, sem risco de voltar a piorar se eu atingir um peso saudável. Na realidade só pensarão em alguma solução mais permanente após a perda de um peso considerável. Acrescido a isto comecei a ser acompanhada por suspeita de artrite ou outra doença reumatológica.
O meu peso piora-me o síndrome dos ovários poliquísticos, é também a razão para a minha lesão estar a piorar com o tempo, limita a minha mobilidade e esta semana sentei-me numa cadeira onde o meu rabo praticamente não cabia, tornando-me desconfortável lá estar. Se a tudo isto se acrescentar o provar-se que tenho uma doença reumatológica o meu peso torna-se incomportável.
Esta perda de peso começa porque eu me achei a passar os limites tidos como aceitáveis por mim mesma. Senti que o meu peso limitava a minha mobilidade e qualidade de vida.
De forma a isto ser possível comecei a ser acompanhada na consulta de nutrição do Hospital dos lusíadas e na gastroenterologia por outras condições patológicas que tenho e sintomas gástricos que provavelmente são causados também pelo meu peso em excesso.
Não sei bem como, mas ainda não desisti de dar a volta a esta situação. De alguma forma vou ter de encontrar força para controlar a alimentação a longo prazo. Não é a primeira vez que tento, mas é a primeira em que a motivação sou eu e o meu bem estar.
Mas nesta fase sinto que continuar gorda é degradar a minha qualidade de vida, que me começa a fazer infeliz e a impedir-me de ter a vivência plena. Em vez de tratar o meu corpo como algo de que devo cuidar desleixei-me e está mesmo na hora de olhar para mim e para a minha saúde, entender que não tenho nada a provar a ninguém, e que eu sou eu independentemente do meu peso. Que posso e devo emagrecer pelo meu bem. Que tenho de fazer as pazes comigo mesma e fazer por mim o que faria por alguém que amo. Afinal eu sou o maior amor da minha vida, está na altura de demonstrar isto.
Sem comentários:
Enviar um comentário