Hoje li um artigo que noticiava que a nova estrela da H&M é a modelo plus size Ashley Graham, a qual como qualquer comum mortal pode reparar é lindíssima e absolutamente sensual.
Também hoje dei comigo a pensar como mesmo com este movimento de aceitação de corpos de mulheres com diferentes formatos e tamanhos continua o nosso duplo padrão a julgar as mulheres gordas.
Ter a sensualíssima Ashley como imagem de uma marca de massas é fantástico, contudo ver que para se ser modelo de tamanhos grandes se tem de ter uma cara perfeita, e um corpo que apesar de grande é desproporcional e curvilíneo na medida certa, não avança muito naquilo que é a aceitação de corpos diferentes pela sociedade.
Na realidade acho que para se ser modelo plus size é necessário algo mais raro que para se ser uma modelo de tamanhos pequenos, enquanto que as primeiras têm de ter caras perfeitas as segundas podem ter características faciais estranhas e não tão atraentes, são até encorajadas pela diferença; enquanto que as modelos plus size sendo gordas têm de ter uma cintura pequena e peito e rabo grandes as modelos magras podem ser de diferentes formatos desde que muito subnutridas...De realçar também que todas as modelos gordas têm caras magras!
Este é o padrão que como sociedade se aplica às mulheres gordas. Pode-se ser gorda desde que se seja fisicamente atraente, tudo o resto é irrelevante na avaliação social que fazem de nós, mulheres gordas.
Diz a frase de Coco Chanel "Não há mulheres feias, há mulheres preguiçosas", ora eu acho que há! Há mulheres e homens feios e bonitos, a diferença não está tanto no modelo mas naquele que olha, e se a sociedade continua a "educar-nos" para olharmos sempre da mesma maneira, todas estas modelos grandes não são verdadeiramente um alargamento da visão de aceitação social, são apenas um redirecionamento do foco.
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