quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Deficiência e inclusão

Hoje o tema sobre o qual escrevo é um bocadinho diferente e ainda assim dentro do que costumo, pois também ele trata da aceitação da sociedade à diferença.

Estava a ler um artigos sobre os Jogos Paralímpicos e concretamente sobre uma nadadora paralímpica que sigo no facebook e que admiro, e numa das suas conversas ela ressalvava a importância de mostrar que as pessoas com deficiência podem ter uma vida plena e que a deficiência muitas vezes é menos limitante do que as barreiras psicológicas que muitas vezes as pessoas que não têm deficiência põem a si mesmos.

Esta é uma temática pela qual eu tenho um carinho especial pois este post é também uma forma de homenagear as três pessoas mais importantes da minha vida:


  • O meu Pai que é portador de uma deficiência física quase desde o início da idade adulta; 
  • A minha Mãe que é educadora de infância licenciada em educação especial e trabalhou  com crianças com deficiência durante muitos anos;
  • A minha irmã que escolheu ser fisioterapeuta, para poder melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.


O ter crescido neste contexto ensinou-me a valorizar o tema e a desvalorizar a deficiência

Valorizo o tema porque entendo a necessidade de valorizar as pessoas com deficiência, um mundo não adaptado como aquele em que vivemos é um incentivo a que as pessoas, se forem portadoras de qualquer uma destas condições limitantes,  não vivam, mas sobrevivam. Eu que não tenho nenhuma deficiência física mas que tenho uma lesão no pé tive de usar muletas para me locomover algumas vezes o que me abriu um bocadinho os olhos para esta realidade, mas que está totalmente distante da realidade que pessoas de cadeira de rodas, invisuais ou com outras limitações maiores e permanentes enfrentam.

Desvalorizo contudo a deficiência, porque acho que as pessoas com alguma incapacidade são muitas vezes vistas pela incapacidade que têm e não pela pessoa que são, mesmo no descritivo que fazemos da pessoa.
 O facto de o meu pai sempre ter feito uma vida totalmente normal, incluindo trabalho com artes manuais, desporto, agricultura, conduzir e nunca deixar que isso o limite é inspirador. Ele podia (após o acidente que o fez ficar com este problema) passar o resto da vida a sentir pena de si e em vez disso pôs mãos à obra, delineou para si um futuro diferente do previamente planeado e vive sem que isso o limite. Vejo em muitas pessoas com deficiência esta garra de fazerem tudo, sem deixarem que o mundo as limite ou rotule apenas pela deficiência que têm, o que me faz tê-las como exemplo e admirá-las.

A verdadeira inclusão acontece quando o mundo e sociedade vêem as pessoas que têm deficiência sem ser através do rótulo da mesma, ou seja,  assumem as pessoas portadoras de deficiência na sua constituição, e se adaptam também a estas pessoas para que elas não tenham este esforço extra de se tentarem a adaptar a um realidade que muitas vezes os coloca à margem, não reconhece o seu lugar de indivíduo válido,  ou não é feita tendo em conta também as suas necessidades.

Ainda dentro desta temática ontem começaram  os Jogos Paralímpicos e de hoje é o dia do fisioterapeuta, uma profissão essencial para a reabilitação, inserção, qualidade de vida e felicidade de muitas pessoas portadores de deficiência.

 Aproveito para deixar aqui o link  dum artigo sobre a Camille Rodrigues, a quem admiro.

/https://tudobemserdiferente.wordpress.com/2013/08/29/conheca-a-historia-de-camille-rodrigues-nadadora-paraolimpica-que-ama-salto-alto-ser-diferente-e-fashion-por-mariana-silva/

E uma foto da minha família, de quem me sinto orgulhosa e que são sem duvidas, pessoas que fazem deste mundo um mundo melhor!! :D















Sem comentários:

Enviar um comentário

How happy I was if I could forget

  How happy I was if I could forget How happy I was if I could forget To remember how sad I am Would be an easy adversity But the recollecti...