Este post é uma carta de amor a mim mesma!
Por isso quero reforçar que esta é a minha postura face à gordura e ao meu corpo e entendo que a generalidade das pessoas não pense assim e não se sinta identificado com o que escrevo.
Estudos sociológicos realizados acerca da imagem corporal denotam uma associação entre uma degradação da auto-estima e o aumento de peso.
Eu acredito que esta questão afecte sobretudo as pessoas que vêm inicialmente dum estado de peso muito saudável. Isto de ser gordo mexe muito com a nossa identidade e se parte da minha identidade é o meu corpo então quando este é alterado essa ou sofre um reajuste ou far-me-á sofrer inevitavelmente.
Eu fui uma criança magra, sofro de excesso de peso desde a adolescência embora tenha tido variações de peso superiores a 30 kg. No meu caso concreto, depois duma infância em que me sentia uma criança bonita, e duma adolescência em que me sentia horrível, conquistei uma auto-estima saudável na idade adulta.
Gosto dos meus pontos fortes, aceito os mais fracos e embora veja o meu peso como o meu grande defeito (pois tem origem num descontrolo) sinto como libertador o facto de o meu pior defeito ser visível e de a partir daí não ter de provar nada a ninguém. Tudo o que se conheça de mim só pode ser melhor que a primeira impressão que se tem. Ser gorda é libertador!!
Ninguém nasce e cresce a querer ser gorda, mas acho que nos podemos desenvolver de forma a que isso passe a ser parte de nós sem que nos incomode.
Sinto-me parte dum grupo contrário ao destes estudos realizados, a minha identidade presentemente não está muito associada ao meu aspecto físico, embora eu me sinta feliz mesmo com o meu aspecto físico.
Admiro as pessoas boas em primeiro lugar, as inteligentes em segundo e só após isto as bonitas. E também por esta ordem me preocupa o falhar numa destas áreas.
Talvez por isso tenha uma auto-estima que considero saudável. Gosto de mim!!!
Aceito quem tem uma opinião diferente mas isso não afecta a minha.
Tenho a sorte de acordar todos os dias, olhar para o espelho e sentir-me bonita. Depois dum período em que usava a maquilhagem para esconder os meus defeitos, comecei a gostar desses mesmos defeitos. Continuo a gostar de maquilhagem, mas neste momento, porque vejo nestes gestos um momento de cuidado e amor para comigo mesma.
Para não maçar ninguém com este texto que pode ser entendido como arrogante, deixo aqui o testemunho da Ashley Graham, uma mulher lindíssima que teve também ela um caminho de aceitação até ao amor próprio.
Aproveito ainda este post para anunciar que desejo incluir no blog em posts futuros testemunhos de mulheres que se aceitam e estimam como são. Algumas das mesmas essenciais como modelos neste processo de auto aceitação e crescimento do meu amor próprio.
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