quinta-feira, 23 de abril de 2020

Não facebook, eu não quero o rabo maior!!

Esta semana por alguma razão que não consigo entender tenho tido imensos anúncios relacionados com produtos para aumentar o rabo. Isto deixou-me a achar que deve haver algum erro no algoritmo que me dirigiu estes anúncios mas também me deixou a pensar na forma como estes padrões de beleza continuam, mesmo agora na Era do "BodyPositive" a influenciar a maneira como nós mulheres nos vemos e a afectar a nossa auto-estima.

Eu adoro roupas, maquilhagem e um pouco todas essas coisas de transformação, mas a verdade é que de uma forma geral me sinto bem com o meu corpo. Talvez por isto irrito-me com a publicidade dirigida às mulheres tenha como objectivo fazê-las sentir inseguras.

Não conheço mulher nenhuma que durante a sua vida em algum ponto não tenha sentido que tinha o rabo grande demais, nos últimos anos tudo mudou. Parece que de tempos a tempos, temos de transformar tudo e ir na direcção exactamente oposta. Celebrar um rabo anormalmente grande não é um relaxar dos padrões de beleza, é só mais outro padrão para fazer as mulheres sentirem-se inadequadas. E isto que me faz sentir mal com todas estas correntes. 

 Demorei muito tempo a fazer as pazes com o meu corpo, porque sempre desgostei o facto de ter o peito assimétrico. Uma das minhas mamas é consideravelmente maior que a outra. O meu ex ajudou me nisto porque costumava gozar comigo a dizer " é fixe, é como estar na cama com duas gajas diferentes". Esta piada idiota  ajudou-me a aceitar-me a mim mesma, acho que era o objectivo da piada e resultou.

 O  Loiro  foi também essencial para eu me apaixonar por mim mesma, sempre me fez sentir que me adora por inteiro. Desde chamar-me para dançar nus no quarto quando acordamos, até ao facto de achar que o facto de eu ser suave e fofinha é a melhor sensação no mundo.

Às vezes precisamos que os outros se apaixonem por nós antes de nos apaixonarmos por nós mesmos. E por isso é que a aceitação é tão importante. O atacar os gordos, ou os magros, ou os que por qualquer razão cabem fora do padrão não faz as pessoas mudarem, mas faz grande parte delas desenvolverem pensamentos e sentimentos tóxicos acerca de si mesmas. 

 Ainda ontem vi um documentário que me chocou de crianças na Mauritânia que são alimentadas à força para se casarem na adolescência porque os homens dizem que fazer sexo com mulheres gordas é mais confortável. Uma das raparigas dizia que quando fosse gorda seria bonita. No Ocidente quantas mulheres não pensam o contrário... No fundo o problema é exactamente o mesmo.

Seja no ocidente "desenvolvido" em que as mulheres têm de ser magras com rabo e mamas. Seja em África onde se querem mais cheiinhas...Que sentido faz esta auto-torturar em função dum ideal que muda tanta vez que só prova que não é ideal de todo? Até quando?

Façam pela saúde, façam por ser sentirem bonitas, mas não deixem que ninguém vos faça sentir que há algo errado com o ter características que fogem às revistas... não há!!!

Em relação à minha perda de peso... tenho continuado mas desde a Páscoa mais desleixada. Tenho como objectivo chegar ao 1 de Junho com 107 kg, o que equivaleria a menos 10 kg desde Janeiro. Vamos lá ver se consigo...

Deixo-vos o documentário é impressionante.








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