A sabedoria popular que diz "O amor é cedo" tem sido nos últimos anos corroborada pela ciência.
Afinal, a partir do momento em que se conseguiu estudar mais a fundo o cérebro, foi possível perceber que quando nos apaixonamos e iniciamos uma relação são libertados neurotransmissores que além de criarem uma ligação intensa "desligam" a região cerebral responsável pela apreciação crítica. Resumindo, tendemos a ver como mais atraentes as pessoas por quem nos apaixonamos, sendo o amor romântico muito semelhante do ponto de vista cerebral ao que acontece pela mãe e pelo bebé, uma vez que alguns dos neurotransmissores envolvidos no processo são semelhantes. A oxitocina, um dos elementos chave nestes dois tipos de amor, é libertada pela mãe quando se torna mãe e é também libertada durante as relações sexuais.
Ora isto faz com que ao apaixonarmo-nos a pessoa seja perfeita, idealizada e a mais bela aos nossos olhos, ainda que o não fosse antes de alguns outros neurotransmissores serem libertados. Um outro químico responsável pelos sintomas do estar apaixonado é a dopamina, a mesma que é responsável pela sensação de bem estar e recompensa em qualquer adição. Assim, o cérebro apaixonado é também ele um cérebro adicto, mas no qual a droga é a pessoa no foco da atenção.
Na realidade quando as relações acontecem entre pessoas que se conhecem de longa data o grau de atractividade das pessoas costuma não ser semelhante, por oposição a quando as relações acontecem entre pessoas que se conhecem e começam a relacionar-se logo, em que o grau de atracção tende a ser semelhante.
Pessoalmente, eu sempre tive inclinação por pessoas incrivelmente pouco atraentes segundo os padrões sociais habituais (como pode ser confirmado por todos os meus familiares e amigos), sendo o meu presente relacionamento um outlier nesta regra, em todos os aspectos do que eu considerava requisito para me apaixonar e estabelecer um relacionamento.
Hoje a ler um blog brasileiro que dá exemplos de situações de bondade e amor no mundo deparei-me com a notícia dum casal em que um é um desportista atlético e o outro é um homem mais velho e muito gordo. Identifiquei-me muitíssimo com esta notícia, não pelo modo como nós nos vemos dentro do casal, mas pelo modo como a sociedade nos vê e comenta. Esta é uma notícia sobre a beleza deste orgulho numa união díspar do ponto de vista de atractividade física.
http://razoesparaacreditar.com/amor/jogador-de-rugby-sai-do-armario-e-quebra-padroes-de-casais-gays/
Porque, quando numa relação, os defeitos não são o que nos afasta ou aproxima do outro, é a capacidade de relevar esses defeitos. E aquilo que consideramos defeito pode nem o ser para o outro, que nos vê através da lente do amor.
São certamente uma inspiração para todos nós, e muito mais para as pessoas que acham que só porque não têm o "aspecto certo" estão condenadas a uma vida de desamor, isso não é verdade!! Não devemos deixar que as pessoas nos façam sentir que merecemos menos do que merecemos, só porque vimos num molde não formatado do convencionalmente aceite.
Deixo aqui uma foto minha com o loiro, o rapaz que mesmo sendo bonito me fez apaixonar.
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