quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A minha vida dava um filme do Woody Allen de má qualidade

No domingo passado fui ver o filme do Woody Allen, o filme chama-se Café Society e é uma sátira do mundo das celebridades dos Anos 30.

Eu sou uma fã confessa de filmes de época e de filmes do Woody. O que gosto nos filmes de época é o facto de relatarem épocas idas, as quais vejo através do romantismo destas séries e me parecem com mais glamour do que seria de facto o viver-se naquela época. Em relação aos filmes do Woody Allen gosto especialmente dos pensamentos um bocado neuróticos, sendo que me revejo na maioria daqueles personagens, nas suas dúvidas existenciais, conversas e nas ironias da vida que sempre lhes acontecem e que parecem ser uma constante na minha vida também.

Esta semana após meio ano bem do pé (aos quais se antecederam 9 meses com o pé ligado) e cheia de vontade de voltar a uma vida activa fui informar-me das aulas de karaté aqui ao pé de casa, andava animadíssima por voltar a fazer um desporto de que gosto tanto, no dia a seguir fiz uma nova entorse no mesmo pé, que segundo me parece me manterá imobilizada por algum tempo e depois com mazelas para uma duração mais longa.

Às vezes tento encontrar sentido na vida para as desgraças que me acontecem, mas depois dou-me conta que talvez nada tenha sentido e seja mesmo assim, uma coisa má após outra, até que a vida nos verga. Eu acredito que a força das pessoas está nos desafios que enfrentam e no facto de permanecerem sãs e de bem com a vida mesmo quando tudo dá torto.

Sempre me senti atraída por personalidades atormentadas e revoltadas, embora não seja claramente assim. Não faz parte da minha natureza sentir me revoltada, ou quando sinto é momentâneo, passageiro..Talvez seja por isso que não gosto do "Monte dos vendavais" e adoro o "Ema", talvez seja esta mentalidade optimista que me conduz, e que me faz sempre querer continuar bem mesmo com os reveses.

Há uma mentalidade geral de muitas pessoas de não se contar o bem porque as pessoas podem invejar, tenho conversado com muitas pessoas que me dizem isto, mas sinceramente eu não consigo pensar assim. Na realidade acho que se conhecêssemos a fundo as vidas dos outros iríamos sentir mais pena e piedade que inveja, mal ou bem habituamo-nos às nossas dores e limitações e aprendemos a lidar com elas, acredito que não gostaríamos de trocar as nossas dificuldades pelas de ninguém, afinal cada um de nós é único e é este caminho único que nos faz ser nós.

Como diria a minha Avó Aida "Mais vale o mal de inveja que o bem de piedade" e eu acrescento não há inveja que não assente numa ilusão. Devemos mostrar as coisas boas para dar ânimo aos que o perderam nesta caminhada de altos e baixos que é a vida.

Já agora deixo aqui o trailer do filme, eu gostei.




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