sábado, 26 de novembro de 2016

Os corpos das revistas

Sempre que mulheres se juntam falam do aspecto e acabam a falar das partes que não gostam de si. Eu acredito que muitas das nossas inseguranças são baseadas mais em inseguranças que na realidade daquilo que somos. Acredito também que em parte os outros vêem de nós a forma como lhe dirigimos o que devem ver, e que o bem estar consigo próprio e a confiança são pontos chave para não só sermos bonitos aos nossos olhos mas aos dos outros.

A verdade é que todo e qualquer um de nós com a quantidade certa de edição fotográfica consegue ter um look de estrela de cinema.

Hoje na internet vi uma foto de antes e depois, mas esta é uma foto antes e depois especial.  É uma foto que trabalha as poses e mostra como a pose certa faz a diferença para o que vemos nas imagens das revistas, redes sociais... A foto é esta que aqui ponho:



Neste mundo digital faz -me uma certa confusão o uso abusivo de photoshop. Costumo dizer nas minhas aulas para que os alunos percebam o que fazemos em processamento de  imagem  é uma espécie de "photoshop" da Medicina Nuclear isto porque trabalhamos a imagem de modo a que o que entra é totalmente diferente do que sai e a informação que obtemos dali também. Tal como acontece nas fotos das revistas.

Este ano em particular a Vitoria Secret's deixou sair fotos da manequim principal do desfile sem tratamento para que se perceba que ela tem estrias e imperfeições normais da pele. Penso que o paradigma muda, as pessoas começam a desejar que as figuras públicas sejam pessoas nas quais se revêem, em vez de imagens irreais de uma "perfeição" artificial.

Temos de parar de nos comparar com o que vemos nas revistas em geral, temos de passar a usar o irreal como objectivo, pois só origina frustração e infelicidade. Deixemos que nos defina o interior e que este transpareça para a nossa aparência, por norma também muda com a idade mas num sentido de enriquecimento.

Como disse uma vez a Cindy Crawford "Nem eu pareço a Cindy Crawford quando acordo", é bom que não impor a nós mesmos padrões que no fundo só nos impedem de viver em pleno e felizes com os nossos próprios corpos.

Este é um dos meus desejos de Natal, sermos bons para nós mesmos.

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