Eu sou muito católica, veio-me por criação e entranhou-se por convicção.
Desde criança tenho memórias de a minha avó Aida ensinar-me a rezar o Pai Nosso Pequenino e a contar-me a história do Rei Heródes e do menino Jesus. Assim, na minha visão pessoal de Deus e das religiões, Deus existe, como diria aquela canção "tão certo como o ar que respiro..." já as religiões acredito que são formas culturais de catalogar Deus, mediante a nossa cultura.
Para mim esta estrutura e os rituais religiosos são importantes porque me dão um porto seguro, dão-me esperança e acredito que ainda que seja possível ter bons princípios sem religião, de forma generalizada as religiões transmitem bons princípios. Apesar de na teoria existirem muitas guerras religiosas estas não o são na sua essência, são mais lutas de poder e bens financeiros camufladas pelas diferenças religiosas.
Eu sou católica praticante: Vou à missa pelo menos uma vez por semana, rezo o terço todos os dias e sinto-me bem a seguir os rituais religiosos, mas entendo que deve existir tolerância em relação às crenças dos outros e tenho alguma dificuldade em aceitar pessoas que sejam intolerantes em relação às minhas próprias crenças.
Hoje na internet encontrei um artigo dum blog em que evangélicos ajudam católicos dando-lhes apoio em peregrinação.
Este é um tema que me toca especialmente porque o meu loiro é evangélico, é a primeira vez em que tenho uma relação amorosa com alguém educado numa fé diferente da minha e isso para mim era um dos principais entraves psicológicos no início da relação.
A minha Mãe costuma gozar-me a dizer que eu sou quase como os protestantes porque rezo mais a Deus que aos Santos, sendo esta uma das diferenças entre as duas religiões. Os católicos têm santos e incluem o sacrifício na religião como parte integrante da mesma por oposição aos evangélicos. Por outro lado o loiro disse-me que gosta muito do facto de os católicos terem o abraço da paz na missa que eles não têm...
Tudo isto tem-me permitido aprender a tolerância e a ser mais flexível em relação às crenças dos outros. Este Inverno na terra Natal do meu loiro e optei por ir à missa dele, em vez de ir a uma missa católica, é também habitual ele ir comigo à minha missa ainda que seja doutra religião. No fundo Deus é união, o resto se seguirmos os ideias de união e bondade que todas as religiões pregam, são insignificâncias que podem ser partilhadas servindo para nos unir em vez de separar.
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