A outra que nao sou
Podia ter sido outra,
Que não sou!
E olho agora para o passado,
Nesta casca esfarrapada.
Para quem podia eu ter sido e não
fui,
Para a palavra doce que não disse,
Para a mão que não estendi,
Para o sorriso que escolhi morrer
antes da face,
Para todas as vezes em que
escolhendo mostrar a alma a escondi!
Para todas as vezes que
covardemente fugi,
Para o abjecto que fui quando podia ter sido grande,
Para a mulher rato que habita em mim,
Para a cobra que sou a rastejar
Para a Fiona que no espelho ri!
Como queria eu ser melhor...
Despir me!
Deste mal que me arrasta,
Deste ego que me sufoca,
Deste vicio que me aprisiona..
Como queria ser a flor que
desabrocha,
O Cisne que cresce branco,
A lagarta que em borboleta se
transforma.
Mas este passado repetido
Deu parto ao presente...
Um presente em que vivo no que
podia ter sido,
Mas nao fui!
Eva Maria Valerio de Sousa
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